Em Dia Internacional, influenciador Ivan Baron defende educação e comunicação inclusivas

Em Dia Internacional, influenciador Ivan Baron defende educação e comunicação


A ONU marca neste 3 de dezembro o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, ressaltando que elas representam 16% da população global, mas raramente acessam papéis de liderança.

Por isso, o lema deste ano é “ampliando a liderança das pessoas com deficiência para um futuro inclusivo e sustentável”.

Fim da exclusão e do capacitismo

Em entrevista para a ONU News, o influenciador e ativista brasileiro, Ivan Baron, afirma que a data pode contribuir para o fim da exclusão e do capacitismo, termo usado para designar o preconceito contra pessoas com deficiência.

“A data, por si só, já chama a atenção de toda a sociedade para as barreiras que nós, pessoas com deficiência, enfrentamos no dia a dia, seja a questão da falta de acessibilidade arquitetônica, mas também das barreiras atitudinais, que são as mais difíceis de serem combatidas. Porque precisamos mudar atitudes e pensamentos de pessoas sobre o conceito de deficiência. E isso só se resolve na base do diálogo e de muita, muita conscientização”.

Ivan Baron vive com paralisia cerebral decorrente de uma meningite viral que contraiu aos três anos de idade, após uma intoxicação alimentar. Hoje, formado em pedagogia e atuando como professor, ele se tornou referência nas redes sociais na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e na luta contra o preconceito.

Os direitos das pessoas com deficiência estão sendo ameaçados pelas más condições de trabalho dos cuidadores

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Transformação do sistema educacional

O influenciador defendeu que o dia internacional seja usado para ações educativas e culturais de escolas, empresas e comunidades. Para ele, a transformação do sistema educacional deve ser uma prioridade nacional e global.

“Uma das coisas que a gente precisa melhorar mais aqui no Brasil e no mundo é a questão da educação inclusiva. Infelizmente ainda vemos um ambiente escolar cheio de capacitismo e de falta de profissionais capacitados para atender e ensinar alunos com algum tipo de deficiência. Mas eu também não boto a responsabilidade apenas nos profissionais da educação. Que muitas vezes já estão sobrecarregados por N motivos, mas em um sistema educacional que não respeita de fato as individualidades e diferenças de cada um. E isso é motivo para exclusão e para deixar esses estudantes para trás. Muitas vezes eu falo isso com total propriedade, porque eu fui um estudante com deficiência e agora eu sou um profissional da educação com deficiência e eu vejo que muita coisa ainda não mudou”.

Importância da linguagem inclusiva

O ativista enfatizou ainda a importância de que todas as pessoas adotem uma linguagem inclusiva, evitando qualquer frase ou expressão que use alguma deficiência para fazer deboche, ironizar ou inferiorizar.

“Outra frase bastante comum é: deixa de ser retardado. Essa palavra ‘retardado’ durante muito tempo foi usada para ofender pessoas com alguma deficiência intelectual, em específico pessoas com Síndrome de Down. Então vocês percebem que o capacitismo também está no nosso vocabulário e a gente precisa se atentar a isso cada vez mais. Promover uma comunicação inclusiva que não ofenda a ninguém”.

Ivan Baron explicou que passou por um “longo processo de desconstrução pessoal e empoderamento coletivo” para conseguir expressar sua voz. Ele encorajou outras pessoas com deficiência a terem ousadia para enfrentar olhares de julgamento.

“Nós já nos escondemos demais. Agora a gente quer mostrar quem nós somos além da deficiência”, adiconou ele. 

“Injustiça que precisa ser corrigida”

O influenciador enfatizou ainda que as pessoas sem deficiência também devem assumir a responsabilidade por transformar todos os obstáculos que criaram e que resultaram em exclusão.

Em mensagem sobre o dia internacional, o secretário-geral da ONU afirmou que as pessoas com deficiência já suportam desproporcionalmente o peso das crises atuais, desde conflitos e desastres climáticos, até pobreza e desigualdades.

António Guterres lembrou que a “discriminação persistente, o estigma e as barreiras aos direitos e serviços básicos” enfrentados pelas pessoas com deficiência é uma “injustiça que precisa ser corrigida”.



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