Pelo menos 117 pessoas morreram e dezenas seguem desaparecidas após fortes inundações destruírem milhares de casas no estado de Níger, região centro-norte da Nigéria, informou um responsável pela gestão de emergências nesta sexta-feira (30).
“Até agora, recuperamos 115 corpos e espera-se que mais sejam recuperados pois a enchente veio de longe e arrastou pessoas para o rio Níger. Corpos continuam sendo recuperados rio abaixo”, disse à AFP Ibrahim Audu Hussaini, porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Emergências no estado do Níger.
O total de vítimas representa um salto em relação aos 21 mortos contabilizados na quinta-feira (29), disse Hussaini, acrescentando que cerca de 3 mil residências ficaram submersas em duas comunidades do estado.
As chuvas torrenciais atingiram a localidade de Mokwa no estado de Níger na noite de quarta-feira (28) e se estenderam até a manhã de quinta, com várias pessoas ainda ilhadas na água, disse Hussaini.
As buscas por desaparecidos continuam na região. A Agência Meteorológica Nigeriana alertou sobre possíveis inundações repentinas em 15 dos 36 estados do país.
A Nigéria é vulnerável a inundações durante a estação chuvosa, que teve início em abril, e cientistas alertam que as mudanças climáticas intensificam eventos extremos. A infraestrutura precária agrava os danos, resultando em centenas de mortes anualmente. Em 2024, mais de 1.200 pessoas morreram na em uma das piores enchentes registradas no país em décadas.
“O problema não é o clima enlouquecendo, mas não sabermos como lidar com isso”, disse o filósofo, escritor e professor nigeriano Báyò Akómoláfé em entrevista à Folha, publicada neste mês.
Localizada na África Ocidental, a Nigéria é o país mais populoso do continente e o sexto em número de habitantes no mundo.




