Uma enfermeira foi condenada à prisão perpétua, nesta quarta-feira (18), por matar cinco bebês e tentar assassinar outros oito em um hospital de Córdoba, na Argentina, de acordo com jornais locais.
Segundo investigação da Promotoria, Brenda Cecilia Agüero, 30, injetou potássio e insulina de maneira irregular em recém-nascidos entre março e junho de 2022, utilizando doses retiradas dos chamados carros de parada, gabinetes móveis com equipamentos hospitalares usados em emergências e sem controle de estoque.
Agüero foi considerada responsável por cinco homicídios qualificados por procedimento insidioso repetido e por tentar matar os demais bebês da mesma forma, recebendo a pena de prisão perpétua, de acordo com a Justiça argentina. No código penal argentino, o agravante da insídia é aplicado quando o autor do crime usa truques ou artifícios para provocar o dano.
Os bebês, que haviam nascido saudáveis, morreram em circunstâncias inicialmente inexplicáveis, enquanto oito sobreviveram devido à rápida intervenção médica. Todos os casos ocorreram no serviço de neonatologia do hospital materno-infantil da província de Córdoba, 700 km a noroeste de Buenos Aires.
Após seis meses de julgamento, oito jurados populares e dois juízes decidiram também sobre dez réus, incluindo ex-funcionários provinciais e profissionais de saúde, acusados de encobrimento e descumprimento de deveres, entre eles um ex-ministro, um ex-secretário de Saúde de Córdoba e a ex-diretora do hospital.
Dos outros 10 réus, 5 foram considerados culpados, mas com penas menores, enquanto 5 foram absolvidos, incluindo os ex-funcionários provinciais, de acordo com o Infobae.
Agüero negou os crimes em janeiro, afirmando ao tribunal que “não há provas” e acusando os meios de comunicação de retratá-la como “assassina em série”.
A mãe de Agüero, Cristina Nobile, afirmou que continuará lutando para reverter a sentença. “Minha filha é inocente e eu vou continuar lutando por isso”, disse durante uma breve conversa com o site de notícias Infobae.
A prisão perpétua implica que Agüero, detida em 2022, não poderá solicitar liberdade condicional antes de cumprir 35 anos de reclusão, conforme o código penal argentino.
Durante o julgamento houve duas vigílias fora do tribunal: uma organizada por pais que perderam seus filhos e outra por familiares de Agüero, de acordo com o jornal argentino Clarín.