O governo Trump congelou mais de US$ 1 bilhão em financiamento para a Universidade Cornell e US$ 790 milhões para a Universidade Northwestern enquanto investiga as instituições por supostas violações de direitos civis, disse um funcionário dos EUA na terça-feira (8).

O financiamento pausado inclui principalmente subsídios e contratos com os departamentos federais de saúde, educação, agricultura e defesa, disse o funcionário, falando sob condição de anonimato.

O governo ameaçou bloquear o financiamento federal para escolas devido a protestos pró-palestinos nos campi, bem como questões como programas de diversidade, equidade e inclusão e políticas de transgêneros.

No mês passado, o governo enviou uma carta a 60 universidades, incluindo Cornell e Northwestern, afirmando que poderia tomar medidas de execução se uma revisão determinasse que as escolas não conseguiram parar o que chamou de antissemitismo.

A Universidade Cornell disse que, embora não tenha recebido nenhuma notificação formal sobre o valor ou o montante total do congelamento de financiamento do governo, recebeu ordens de paralisação de trabalho do departamento de defesa relacionadas a pesquisas sobre defesa, saúde e cibersegurança. Acrescentou que busca mais informações do governo.

A Northwestern disse estar ciente das reportagens sobre o congelamento de financiamento, mas não recebeu nenhuma notificação oficial do governo e disse que tem cooperado na investigação.

“Os fundos federais que a Northwestern recebe impulsionam pesquisas inovadoras e que salvam vidas, como o recente desenvolvimento pelos pesquisadores do menor marca-passo do mundo, e pesquisas que alimentam a luta contra a doença de Alzheimer. Este tipo de pesquisa está agora em risco”, disse um porta-voz da Northwestern.

O presidente dos EUA chamou os manifestantes nas universidades de antissemitas e os rotulou como simpáticos aos Hamas.

Os manifestantes, incluindo alguns grupos judeus, dizem que a administração Trump confunde erroneamente suas críticas às ações de Israel em Gaza e a defesa dos direitos palestinos com antissemitismo e apoio ao Hamas.

Defensores dos direitos humanos levantaram preocupações sobre liberdade de expressão e liberdade acadêmica em relação à repressão pela administração Trump.

Na semana passada, o governo dos EUA anunciou uma revisão de US$ 9 bilhões em subsídios e contratos federais para a Universidade de Harvard e desde então listou condições que deve cumprir para receber dinheiro federal. A Universidade de Princeton também disse na semana passada que o governo congelou dezenas de subsídios de pesquisa.

No mês passado, a administração Trump cancelou US$ 400 milhões em financiamento para a Universidade de Columbia, o epicentro dos protestos pró-palestinos nos campi do ano passado.

A Columbia concordou com algumas mudanças significativas que a administração Trump exigiu para negociações sobre a restauração do financiamento.

Agentes federais também detiveram alguns estudantes estrangeiros manifestantes nas últimas semanas de diferentes campi e estão trabalhando para deportá-los. E o governo revogou vistos de muitos estudantes estrangeiros.

Defensores dos direitos também levantaram preocupações sobre islamofobia e preconceito anti-árabe durante a guerra Israel-Gaza. A administração Trump não anunciou medidas em resposta.

Em março, a administração Trump suspendeu US$ 175 milhões em financiamento para a Universidade da Pensilvânia devido às suas políticas esportivas transgênero.