Os Estados Unidos estão trabalhando para retirar cidadãos americanos que desejam deixar Israel. O embaixador Mike Huckabee anunciou, em postagem na rede social X nesta quarta-feira (18), que estão sendo organizados voos e partidas de navios de cruzeiro. O movimento ocorre enquanto crescem os temores de uma maior escalada militar entre Irã e Israel.
A embaixada dos EUA em Jerusalém está cuidando dos arranjos de retirada, disse Huckabee, pedindo aos americanos no país que se inscrevam para atualizações através do programa Smart Traveler (viajante inteligente, em tradução livre) do Departamento de Estado.
“Aviso urgente! Cidadãos americanos que desejam deixar Israel – a Embaixada dos EUA em Israel @usembassyjlm está trabalhando nos voos de retirada e partidas de navios de cruzeiro. Você deve se inscrever no Programa de Inscrição de Viajantes Inteligentes (STEP)”, escreveu Huckabee na rede social.
O Departamento de Estado não respondeu a um pedido de comentário. Não estava claro quantos americanos estavam tentando sair de Israel ou se o Exército dos EUA ajudaria com os voos de retirada.
O presidente dos EUA, Donald Trump, passou a sugerir que seu país poderia se envolver no conflito entre Israel e Irã.
A primeira ofensiva ocorreu no dia 13, quando Israel atacou o Irã, que revidou com cerca de 400 mísseis contra Tel Aviv, dos quais 40 ultrapassaram as defesas aéreas, matando 24 pessoas, todas civis, de acordo com as autoridades israelenses. Do lado iraniano, cerca de 300 pessoas já morreram desde então, segundo o regime.
Foi uma retaliação àquilo que o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, classificou de “declaração de guerra” em mensagem ao Conselho de Segurança da ONU.
Os alvos dessa primeira leva foram concentrados em Teerã, onde boa parte da cadeia de comando militar iraniana foi morta, e instalações do programa nuclear do país, inclusive o reator principal em Natanz.
Muitas pessoas também querem deixar o Irã. As estradas saindo de Teerã estão lotadas, segundo relatos da imprensa local e do jornal The New York Times. Há muita notícias falsas também: imagens de congestionamentos quilométricos nas redes são de um feriado islâmico recente, por exemplo.
Tel Aviv disse ter matado Ali Shadmani, chefe militar mais próximo do aiatolá Ali Khamenei. Ele era o líder do Estado-Maior iraniano em tempo de guerra e havia sido o chefe das Forças Armadas e da Guarda Revolucionária, a unidade pretoriana do regime.
Com isso, Israel volta a se aproximar de Khamenei, de quem já tinha matado o braço-direito. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu não descartou assassinar o líder, algo que a mídia americana disse ter ficado fora de cogitação inicialmente por Trump, nas conversas sobre a guerra entre os líderes.
Nesta terça, o ministro Israel Katz (Defesa) sugeriu que o aiatolá pode ter o mesmo fim de Saddam Hussein, o ditador iraquiano derrubado pelos EUA em 2003, capturado escondido num buraco e enforcado três anos depois.
Os iranianos também afirmaram ter acertado um centro do Mossad, o serviço secreto externo de Israel, que participou ativamente do ataque da semana passada.
