Agentes do FBI revistaram nesta sexta-feira (22) a casa de John Bolton, ex-conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que depois se tornou um crítico persistente. A operação é parte de uma investigação de segurança nacional, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.
Homens do órgão federal de investigação dos EUA começaram a vasculhar a residência de Bolton no subúrbio de Bethesda, Maryland, às 7h locais (8h de Brasília), como parte de uma investigação ordenada pelo diretor do FBI, Kash Patel, segundo o New York Post.
O presidente Trump disse ter conhecimento limitado sobre a busca, mas chamou Bolton de “mau caráter”.
“Não sou fã de John Bolton”, disse Trump aos repórteres. “Ele é realmente, de certa forma, um mau caráter.” Trump afirmou que o Departamento de Justiça provavelmente o informaria sobre a busca ainda na sexta-feira.
Um porta-voz do FBI confirmou a “atividade autorizada pelo tribunal” na área da residência de Bolton.
“Ninguém está acima da lei… @FBI agentes em missão”, escreveu Patel, sem mencionar o ex-conselheiro, em um post no X.
Bolton não pôde ser contatado imediatamente para comentar. A CNN relatou que ele disse não ter conhecimento da ação das autoridades e que estava investigando a situação.
Ainda não estava clara a justificativa do FBI para vasculhar a propriedade.
Bolton serviu como embaixador dos EUA na ONU e como conselheiro de segurança nacional da Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump. Desde então, tornou-se um crítico do presidente republicano, chamando-o de inapto para o cargo e escrevendo um livro contundente sobre seu tempo no primeiro governo do republicano.
Trump tem buscado usar os instrumentos do poder presidencial contra seus inimigos desde que assumiu de novo o cargo, em janeiro, seguindo sua promessa de campanha.
Durante seu primeiro mandato, o Departamento de Justiça processou e iniciou uma investigação criminal sobre Bolton sob acusação de que o livro dele, The Room Where It Happened: A White House Memoir, continha informações sigilosas.
Um juiz rejeitou a tentativa do governo de bloquear a publicação da obra em 2020. Tanto a investigação criminal quanto o processo foram encerrados em 2021, durante o governo Biden.
Em janeiro, o presidente retirou a proteção do Serviço Secreto de Bolton, que havia sido designada depois que o Departamento de Justiça dos EUA informou que o Irã havia ameaçado sua vida.
Bolton continuou criticando Trump desde que ele retornou ao cargo. Após a reunião de Trump com o presidente russo Vladimir Putin no Alasca na semana passada, o ex-conselheiro disse à CNN que Putin “claramente venceu” a cúpula e que, embora Trump “não tenha perdido”, parecia “muito cansado” e não houve progresso significativo na tentativa de encerrar a guerra na Ucrânia.
Bolton também criticou o diretor do FBI indicado por Trump, Kash Patel, dizendo à NBC em dezembro que o Senado deveria rejeitar sua nomeação. Patel foi confirmado depois.