A Finlândia anunciou nesta sexta-feira (5) que está aderindo a uma declaração sobre a resolução pacífica da questão palestina e a implementação da solução de dois Estados.
A declaração é resultado de uma conferência internacional na ONU, que ocorreu em julho, organizada pela Arábia Saudita e pela França sobre o conflito que já dura décadas. Os Estados Unidos e Israel boicotaram o evento.
“O processo liderado pela França e pela Arábia Saudita é o esforço internacional mais significativo em anos para criar as condições para a solução de dois Estados”, afirmou a ministra finlandesa das Relações Exteriores, Elina Valtonen, na rede X.
O primeiro passo delineado na declaração é encerrar a guerra, que já dura quase dois anos, entre Israel e o Hamas em Gaza. O conflito foi desencadeado pelos ataques do grupo terrorista no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.
Arábia Saudita e França convocaram os países na ONU a apoiar a declaração que estabelece “medidas concretas, com prazos definidos e irreversíveis” em direção à implementação da solução de dois Estados.
Diferentemente de algumas outras nações europeias, como Espanha e Noruega, a Finlândia não reconheceu a Palestina como Estado. O governo de coalizão está internamente dividido sobre um reconhecimento formal.
Ao todo, mais de 140 países reconhecem o Estado palestino, incluindo o Brasil, que tomou essa decisão em 2010. O tema será um dos destaques da Assembleia-Geral da ONU, que ocorrerá em Nova York de 9 a 23 de setembro.
Desde o início da guerra, Israel cercou Gaza e seus mais de 2 milhões de habitantes, que estão ameaçados por uma “fome generalizada”, segundo as Nações Unidas. A ofensiva israelense já matou mais de 62 mil pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território palestino, controlado pelo Hamas. Os dados são considerados confiáveis pela ONU e não podem ser checados de forma independente devido ao bloqueio de Israel à entrada da imprensa internacional em Gaza.