Galán: pesadelo da violência política na Colômbia voltou – 11/06/2025 – Mundo

17496079956848e63b16411_1749607995_3x2_rt.jpg


Juan Manuel Galán, 52, é o primogênito de Luis Carlos Galán, o carismático líder liberal assassinado em plena campanha presidencial de 1989 na Colômbia, em um comício em Soacha. Naquela época, o país vivia um sangrento ciclo de violência política. Além da atuação das guerrilhas, estavam ativos dois famosos cartéis de narcotráfico, o de Medellín e o de Cali. Luis Carlos, cansado de enterrar amigos, ministros, donos de jornais e políticos, decidiu bater de frente contra os barões da droga. Pagou com a própria vida. Aos 45, foi baleado em um ato público e morreu horas depois.

Quando isso ocorreu, Juan Manuel tinha apenas 17 anos. No funeral do pai, foi ele quem, com voz embargada, pediu publicamente que César Gaviria assumisse a candidatura deixada vaga. Gaviria aceitou o desafio, venceu as eleições e comandou o país (de 1990 a 1994) durante a caçada a Pablo Escobar, cuja morte diluiu o cartel de Medellín.

Hoje, mais de três décadas depois, Juan Manuel é pré-candidato à sucessão de Gustavo Petro nas eleições do ano que vem. Como alguém que vivenciou a violência política de modo tão doloroso, ele manifestou solidariedade ao também presidenciável Miguel Uribe Turbay, alvo de um atentado no último sábado (7).

Sobre o atentado contra Uribe, ele disse em entrevista à Folha que recebeu a notícia “como um pesadelo que nós, colombianos, vivemos há muitos anos: a violência”. “Os órgãos de investigação estão fazendo seu trabalho. Devemos apoiá-los, dar-lhes tempo e todos os recursos para estabelecer quem está por trás e o que motivou esse atentado covarde”, declarou. “É prioritário reduzir a agressividade no discurso político —especialmente nas redes sociais, em grupos de WhatsApp, entrevistas e pronunciamentos. Todos somos responsáveis pelo tom do debate, mas o mais responsável é quem tem mais poder: o presidente da República.”

Juan Manuel, que hoje preside o partido Nuevo Liberalismo, fundado pelo pai, foi senador alinhado ao ex-presidente Juan Manuel Santos e opositor do Centro Democrático, partido de Uribe. Embora tenha apoiado a eleição de Petro, hoje é um crítico de seu governo.

Juan Manuel acredita que a violência política na Colômbia hoje tenha um caráter diferente do que o daquela época. “Há 35 anos, enfrentávamos a ameaça de dois grandes cartéis do narcotráfico. Hoje, são pelo menos 50 estruturas criminosas financiadas pelo tráfico de cloridrato de cocaína. O Estado colombiano dispõe hoje de mais capacidades para enfrentar essa ameaça, mas a cooperação internacional é fundamental, especialmente a de países amigos e fronteiriços, como o Brasil.”

Se eleito, o ex-senador disse que investirá em inteligência e no esforço em expandir o Estado de Direito a todo o território do país, principalmente nos departamentos (estados) em que o governo tem dificuldade de estar presente.

Do pai, afirma que guarda as principais lições políticas. “O mais importante de seu legado é a liderança pelo exemplo. A coerência na defesa de princípios e valores como honestidade, integridade, sinceridade, não violência, transparência na gestão pública e combate ao clientelismo”, afirmou Juan Manuel.

“Sempre tenho presente em minha memória seu exemplo de vida e o amor por sua causa: uma Colômbia em que o justo não seja um privilégio. Ele entregou a vida por amor à Colômbia. Um tipo de liderança positiva, construtiva e inspiradora, que não se encaixa em direita, esquerda ou centro, e que sempre olha para frente”, declarou.



Source link

Leia Mais

Ministro da Fazenda nega que vá alterar a meta fiscal

Ministro da Fazenda nega que vá alterar a meta fiscal

julho 1, 2025

1751387129_image770x420cropped.jpg

Novo estudo do Banco Mundial para o Brasil defende políticas sobre equilíbrio fiscal e ambiental

julho 1, 2025

naom_5f6b1ae37e39e.webp.webp

Síndrome respiratória aguda grave põe estado de Goiás em emergência

julho 1, 2025

Chanceler do Irã rejeita retorno rápido de diálogo com EUA

Chanceler do Irã rejeita retorno rápido de diálogo com EUA – 01/07/2025 – Mundo

julho 1, 2025

Veja também

Ministro da Fazenda nega que vá alterar a meta fiscal

Ministro da Fazenda nega que vá alterar a meta fiscal

julho 1, 2025

1751387129_image770x420cropped.jpg

Novo estudo do Banco Mundial para o Brasil defende políticas sobre equilíbrio fiscal e ambiental

julho 1, 2025

naom_5f6b1ae37e39e.webp.webp

Síndrome respiratória aguda grave põe estado de Goiás em emergência

julho 1, 2025

Chanceler do Irã rejeita retorno rápido de diálogo com EUA

Chanceler do Irã rejeita retorno rápido de diálogo com EUA – 01/07/2025 – Mundo

julho 1, 2025