O governo da Eslovênia aprovou, nesta quinta-feira (30), o reconhecimento de um Estado da Palestina, afirmou o primeiro-ministro, Robert Golob, dias depois de Espanha, Irlanda e Noruega tomarem a mesma decisão em conjunto como resposta à guerra na Faixa de Gaza.
O Parlamento ainda precisa votar o texto, mas a expectativa é que a medida seja aprovada.
Para marcar a decisão, o governo hasteou, em frente ao seu prédio, no centro de Liubliana, uma bandeira palestina ao lado das bandeiras da Eslovênia e da União Europeia —bloco do qual faz parte, como Irlanda e Espanha.
Assim como os líderes dos outros países europeus, Golob pediu um cessar-fogo imediato das hostilidades entre Israel e Hamas em Gaza e a libertação de todos os reféns israelenses sequestrados pela facção nos ataques do dia 7 de outubro, que mataram cerca de 1.200 pessoas, segundo Tel Aviv. “Esta é uma mensagem de paz”, disse ele.
Israel ainda não reagiu à decisão. A decisão de Madri, Dublin e Oslo, porém, foi vista como uma recompensa ao terrorismo por Tel Aviv, que repreendeu os três países e abriu uma crise diplomática com a Espanha.
Dos 27 membros da União Europeia, dez reconhecem a Palestina: Suécia, Chipre, Hungria, República Tcheca, Polônia, Eslováquia, Romênia e Bulgária, além de Espanha e Irlanda, mais recentemente.
Ainda não está claro se os recentes acenos à causa palestina podem gerar uma onda de reconhecimento. Malta disse que poderia tomar a decisão em breve, e Reino Unido e Austrália, disseram que também estão considerando o reconhecimento.
Nesta terça-feira (28), porém, o Parlamento da Dinamarca rejeitou um projeto de lei para reconhecer a nação, enquanto a França diz que o momento é ruim para a discussão. A Alemanha, por sua vez, uniu-se ao mais firme aliado de Israel, os Estados Unidos, ao rejeitar uma abordagem unilateral, insistindo que uma solução de dois estados só pode ser alcançada por meio do diálogo.
Até pouco tempo atrás, a Noruega, que preside o grupo internacional de doadores para palestinos, seguia a posição dos EUA, mas perdeu a confiança de que essa estratégia funcionará após o conflito.
Segundo o Hamas, mais de 36 mil palestinos foram mortos na guerra, que completa oito meses na próxima semana e reduziu grande parte da Faixa de Gaza a ruínas.