O Irã tem dúvidas de que Israel manterá o cessar-fogo que encerrou a guerra aérea entre os dois países, disse neste domingo (29) o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, Abdolrahim Mousavi. A mensagem foi transmitida ao ministro da Defesa da Arábia Saudita, o príncipe Khalid bin Salman, de acordo com a agência de notícias Tasnim, ligada ao regime de Teerã.
“Como temos dúvidas sérias sobre a adesão do inimigo [Israel] aos seus compromissos, incluindo o cessar-fogo, estamos preparados para dar uma resposta forte se ele repetir a agressão”, disse Mousavi.
A declaração ocorreu no mesmo dia em que autoridades iranianas confirmaram a morte de 71 pessoas no ataque de Israel à prisão de Evin, em Teerã, no dia 23.
Ao final do conflito de 12 dias entre os países, Israel atacou a mais notória prisão política de Teerã, em uma demonstração de que estava expandindo seus alvos para além de instalações militares e nucleares, visando também símbolos do regime.
“No ataque à prisão de Evin, 71 pessoas foram martirizadas, incluindo funcionários administrativos, jovens cumprindo serviço militar, detentos, familiares de detentos que os visitavam e vizinhos que moravam nas proximidades da prisão”, disse o porta-voz da Justiça iraniana Asghar Jahangir, segundo o Mizan, portal de notícias do judiciário do país.
Jahangir havia dito anteriormente que parte do prédio administrativo da prisão de Evin foi danificada no ataque, e que pessoas tinham sido mortas e feridas. Autoridades acrescentaram que os detentos restantes foram transferidos para outras prisões na província de Teerã.
A prisão de Evin abriga vários cidadãos estrangeiros, incluindo dois cidadãos franceses detidos há três anos. “O ataque direcionado à prisão de Evin em Teerã colocou nossos cidadãos Cecile Kohler e Jacques Paris em perigo. Isso é inaceitável”, disse o Ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, na rede social X após o ataque.