O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, suspendeu nesta segunda-feira (27) o estado de emergência nas áreas próximas à fronteira com a Faixa de Gaza, instaurado após os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023.
“Decidi adotar a recomendação [do Exército israelense] e suspender, pela primeira vez desde o 7 de Outubro, o estado de emergência na frente interna”, informou um comunicado de seu gabinete.
A decisão, segundo Katz, “reflete a nova realidade em matéria de segurança no sul do país”.
O estado de emergência permitia ao Comando da Frente Interna das Forças Armadas restringir aglomerações e interditar áreas, segundo o jornal Times of Israel. Ele foi decretado na manhã de 7 de outubro de 2023 em todo o território israelense, mas permanecia vigente apenas no sul do país.
O estado de emergência nas localidades situadas até 80 quilômetros da Faixa de Gaza concedia às autoridades poderes especiais para manter a ordem pública e garantir a segurança dos civis. Esses poderes incluíam restrições de circulação, fechamento de escolas e retirada de materiais perigosos.
A ordem entra em vigor nesta terça-feira (28) e, pela primeira vez em mais de dois anos, Israel não terá nenhum estado de emergência ativo. A medida também representa uma mudança na avaliação da situação de segurança e devolve às autoridades civis a gestão da vida cotidiana.
Os israelenses que haviam deixado a região após o 7 de Outubro já foram autorizados a retornar às suas casas.
Também nesta segunda, o Hamas entregou à Cruz Vermelha outro cadáver de um dos reféns cujos restos mortais ainda estão em Gaza. Mais tarde, Israel confirmou ter recebido o corpo, que ainda não foi identificado. O Hamas ainda precisa devolver os cadáveres de 12 pessoas.
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas, patrocinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está em vigor no território palestino desde 10 de outubro.
A diplomacia americana segue pressionando o governo de Binyamin Netanyahu para que o acordo seja mantido —somente nesta semana, o vice-presidente J. D. Vance e o secretário de Estado, Marco Rubio, estiveram em Jerusalém com esse objetivo.
A devolução dos reféns, vivos e mortos, faz parte da primeira fase do acordo. Israel acusa o Hamas de mentir sobre as dificuldades de recuperá-los e de protelar sua devolução, enquanto o grupo afirma precisar de maquinário pesado para localizar os corpos sob os escombros deixados por dois anos de bombardeios israelenses.
O governo de Israel anunciou, neste domingo (26), que autorizou equipes da Cruz Vermelha e do Egito a ingressarem em Gaza e procurarem os corpos de reféns mortos além da “linha amarela” que demarca o recuo militar israelense na Faixa de Gaza
Mediadores como Qatar e Turquia, que haviam pressionado o Hamas a aceitar a trégua, defendem agora que o acordo avance para a segunda fase, que prevê a retirada completa das forças israelenses de Gaza e a entrada irrestrita de ajuda humanitária e de jornalistas estrangeiros no território.




