Israel:Ministro fala em enterrar ideia de Estado Palestino – 14/08/2025 – Mundo

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Um dos mais extremistas membros do governo de Israel, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, anunciou nesta quinta-feira (14) planos de construir casas em um assentamento que dividiria a Cisjordânia e a isolaria de Jerusalém Oriental —uma medida que, nas palavras de seu gabinete, enterraria a ideia de um Estado palestino.

“Quem no mundo está tentando reconhecer um Estado palestino hoje receberá nossa resposta no terreno. Não com documentos nem com decisões ou declarações, mas com fatos. Fatos de casas, fatos de bairros”, disse Smotrich, no assentamento de Ma’ale Adumim, em referência a países como Reino Unido e França que recentemente falaram em legitimar a Palestina.

O ministro afirmou ainda que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, haviam concordado com a retomada do plano, embora eles não tenham confirmado imediatamente a informação. Smotrich disse à agência de notícias Reuters que o plano entraria em vigor na próxima quarta (20), sem dar detalhes.

Em um comunicado intitulado “Enterrando a ideia de um Estado palestino”, o porta-voz de Smotrich afirmou que o ministro havia aprovado o plano para construir 3.401 casas para colonos israelenses no assentamento.

Israel havia congelado os planos de construção em Ma’ale Adumim em 2012, e, após uma retomada, novamente em 2020. As suspensões ocorreram devido a objeções de aliados europeus, EUA e outras potências que consideravam o projeto uma ameaça a qualquer futuro acordo de paz com os palestinos.

Agora, com Trump na Casa Branca, Tel Aviv parece mais confiante para tocar os planos. No entanto, a medida pode isolar ainda mais o país, que tem visto alguns de seus aliados ocidentais condenarem o conflito. Após 22 meses de guerra, mais de 61 mil pessoas foram mortas, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e o território virou palco de uma catástrofe humanitária devido às restrições de ajuda impostas pelo Estado judeu.

Os palestinos temem que a construção de assentamentos na Cisjordânia, que se intensificou drasticamente desde o início do conflito, mine qualquer chance de construir um Estado próprio na região. Para o Ministério das Relações Exteriores palestino, o projeto é uma extensão dos crimes de genocídio, deslocamento e anexação —acusações que Tel Aviv nega.

Já o Hamas descreveu o plano como parte das políticas “coloniais e extremistas” de Israel e pediu aos palestinos que o enfrentem. O ministério das Relações Exteriores da Jordânia, por sua vez, condenou a medida como uma flagrante violação do direito internacional.

A ONG Peace Now, que monitora a atividade de assentamentos na Cisjordânia, disse que ainda havia etapas necessárias antes da construção, incluindo a aprovação do Alto Conselho de Planejamento de Israel. Mas afirmou que se tudo for adiante, os trabalhos poderiam começar em alguns meses, e a construção de casas em cerca de um ano.

“O plano é mortal para o futuro de Israel e para qualquer chance de alcançar uma solução pacífica de dois Estados. Estamos à beira de um abismo, e o governo está nos empurrando para frente a toda velocidade”, disse a organização em um comunicado.

Cerca de 700 mil colonos israelenses vivem entre 2,7 milhões de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental —cidade que Israel anexou em uma medida não reconhecida pela maioria dos países.

O plano de dois Estados prevê um Estado palestino em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia e em Gaza, existindo lado a lado com Israel. Mas segundo a ONU e a maioria das potências mundiais, a expansão dos assentamentos corroeu a viabilidade dessa solução ao fragmentar o território palestino. Israel contesta isso citando laços históricos e bíblicos com a área, que chama de Judeia e Samaria.

A maior parte da comunidade internacional considera todos os assentamentos ilegais sob o direito internacional, uma posição apoiada por diversas resoluções do Conselho de Segurança da ONU, incluindo uma que pediu a Israel que interrompesse toda a atividade de assentamento.

Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia impuseram sanções em junho a Smotrich e a outro ministro de extrema-direita que defende a expansão dos assentamentos, acusando ambos de incitar repetidamente a violência contra palestinos na Cisjordânia.

A popularidade de Smotrich caiu nos últimos meses, e pesquisas mostram que seu partido, que tem grande apoio dos colonos, não ganharia um único assento se as eleições parlamentares fossem realizadas hoje.



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