O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu neste domingo (22) que a “punição continuará” contra Israel, em sua primeira declaração após os Estados Unidos se juntarem aos ataques israelenses contra o país persa.
Depois de dias de incerteza sobre uma possível intervenção direta, Donald Trump bombardeou na madrugada deste domingo (22, noite deste sábado no Brasil) as três principais instalações nucleares de Teerã, Fordow, Natanz e Isfahan.
“O inimigo sionista cometeu um grande erro, um grande crime; deve ser punido e está sendo punido; está sendo punido neste exato momento”, disse Khamenei em um post no X.
A publicação também foi acompanhada por uma imagem de um crânio em chamas com a estrela de Davi, com edifícios pegando fogo ao fundo.
O anúncio ocorre em um momento que Tel Aviv fez uma nova ofensiva contra o inimigo. O Exército israelense anunciou neste domingo que realizou ataques contra alvos militares no oeste do Irã, incluindo locais de lançamento e armazenamento de mísseis.
Segundo a nota, os bombardeios atingiram “depósitos e infraestrutura de lançamento de mísseis”, além de “instalações de satélites e radares militares” localizadas na região oeste do país.
Ainda neste domingo, a imprensa iraniana noticiou que Israel também teria atacado vários pontos do noroeste do Irã. Ao menos três pessoas morreram quando uma ambulância foi atingida por um bombardeio israelense no centro do país, segundo o relato.
No fim do dia, Trump postou uma provocação na rede Truth Social. Depois de ver seu vice, J. D. Vance, negar a ideia de que o ataque visa derrubar o regime iraniano, o republicano disse: “Não é politicamente correto usar o termo mudança de regime, mas se o atual regime iraniano é incapaz de FAZER O IRÃ GRANDIOSO DE NOVO, por que não haveria uma mudança? MIGA!!!”.
Trump fez um trocadilho com a sigla MAGA, trocando o América de “make America great again”, seu mote político, por Irã.
Vance participou de entrevista no Pentágono em que avaliou a ação, voltando a usar termos triunfalistas. Pediu que o Irã aceite a paz agora. “Não estamos em guerra com o Irã, estamos em guerra com o programa nuclear iraniano”, afirmou.
Com receio de ser assassinado, o líder supremo da teocracia passou a se comunicar com seus comandantes principalmente por meio de um assessor de confiança, suspendendo as comunicações eletrônicas para dificultar sua localização, disseram três autoridades iranianas com conhecimento dos planos de guerra emergenciais do país ao jornal The New York Times.
Refugiado em um bunker, o aiatolá escolheu uma série de substitutos em sua cadeia de comando militar, caso mais de seus valiosos tenentes sejam mortos. E, em um movimento notável, ainda segundo o relato das autoridades, Khamenei chegou a nomear três clérigos seniores como candidatos à sua sucessão caso também seja morto —talvez o indício mais claro da precariedade do momento que ele e seu regime de três décadas enfrentam.