BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo do presidente Luiz Inácio Lula (PT) da Silva convocou para a próxima semana uma reunião virtual do Brics para debater o sistema multilateral de comércio. O objetivo de Lula é usar o encontro para fortalecer a posição do Brasil contra o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump.
Lula havia anunciado sua intenção de chamar a reunião do Brics em 13 de agosto, durante lançamento do plano de socorro para as empresas afetadas pelas sobretaxas americanas. O grupo este ano é presidido pelo Brasil.
“Junto aos Brics vamos fazer uma teleconferência que está sendo articulada para a gente discutir o que podemos fazer para melhorar nossa relação entre todos os países que foram afetados [pelas tarifas]”, disse Lula na ocasião.
O Brics é formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Indonésia e Emirados Árabes Unidos. A Arábia Saudita foi convidada a se associar após a cúpula de Joanesburgo (África do Sul), em 2023, mas nunca respondeu oficialmente -ainda assim tem participado de reuniões do bloco.
Entre os sócios do Brics, o Brasil e a Índia são os mais afetados pelas tarifas de Trump, ambos com 50%.
De acordo com pessoas a par dos preparativos, a videoconferência não será especificamente sobre as tarifas de Trump, mas sobre multilateralismo e o sistema internacional de comércio. A ideia é coordenar posições entre os integrantes para importantes fóruns internacionais que ocorrem nos próximos meses, como a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em setembro.
Trump impôs tarifas de 50% sobre o Brasil -com uma ampla lista de exceções- e condicionou qualquer negociação ao fim do julgamento por golpe de Estado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tanto o Palácio do Planalto como o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitam essa exigência.
Além das tarifas, Trump aplicou sanções contra autoridades brasileiras, entre elas o ministro do STF Alexandre de Moraes -incluído na Lei Magnitsky, que limita operações financeiras que envolvam empresas americanas.
Também foram cassados vistos do ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça, e de familiares de Alexandre Padilha, ministro da Saúde, além dos de técnicos que trabalharam no programa Mais Médicos.
Parte da estratégia de reação de Lula tem sido intensificar o diálogo com outros sócios do Brasil, entre eles membros do Brics. Logo depois da imposição do tarifaço ele realizou chamadas telefônicas com os líderes da Índia, Narendra Modi, da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, entre outros.
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