O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que falou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que os países podem resolver juntos a guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
Segundo o petista, o conflito está em seu “ponto de maturidade” e, por isso, os líderes envolvidos já sabem quais são as suas demandas.
“Já estamos há três anos de guerra. O Putin já sabe o que quer, o Zelensky já sabe o que quer, cada um já sabe o que vai conseguir. O que está faltando é colocar isso na mesa de negociação. E eu acho que estamos chegando no ponto de acabar com essa guerra no mundo. E não precisa ter mais guerra”, disse ele em conversa com jornalistas na manhã desta segunda-feira (27).
A fala ocorreu um dia após o encontro entre o brasileiro e o americano em Kuala Lumpur, na Malásia, onde acontece a cúpula da Asean (Associação dos Países do Sudeste Asiático, em português), da qual os líderes participam como convidados.
Na reunião bilateral, os líderes discutiram, principalmente, as tarifas impostas pelo americano a produtos brasileiros. Outros temas, porém, também entraram na pauta, segundo relatos de autoridades brasileiras.
Lula se colocou à disposição para atuar como mediador da tensão dos EUA com a Venezuela e tratou das punições impostas pelos EUA a autoridades, como a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e a restrição aplicada ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em Nova York, que teve sua circulação e a de sua família restringidas a cinco quarteirões na viagem que faria à cidade para participar de eventos da ONU (Organização das Nações Unidas).
A avaliação do governo é de que o encontro entre os líderes foi muito produtivo e que o americano entendeu o senso de urgência das autoridades brasileiras para que as sobretaxas fossem discutidas.
No mesmo dia, pela noite, representantes do governo brasileiro, entre eles o chanceler Mauro Vieira, conversaram por telefône com negociadores americanos. Já na manhã seguinte, na segunda, uma reunião foi conduzida na capital malaia, onde Vieira e Márcio Rosa, secretário-executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, se encontraram com representantes do comércio dos EUA e com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
Nesse encontro, ficou acordado que assuntos políticos ficariam fora da mesa de negociação das tarifas.
A jornalistas, Lula disse que “as questões políticas foram colocadas na presença dos dois presidentes da República, não na mesma negociação sobre negócios. Quem vai discutir política, nesse negócio do Brasil, é o presidente Trump e o presidente Lula. Eles vão negociar as taxações comerciais que foram impostas.”
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