BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) disse nesta terça-feira (12) que enviou uma carta convidando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a COP30, a conferência climática da ONU (Organização das Nações Unidas).
A intenção de chamá-lo para a cúpula, que será realizada em novembro deste ano, em Belém, já havia sido manifestada pelo presidente publicamente, mas nenhum contato oficial havia sido feito até então.
“Não sei se ele já respondeu, mas espero que ele responda. Porque eu respondo todas as cartas que eu recebo”, disse Lula à Bandnews.
“Espero que algum dia eu possa encontrar como presidente Donald Trump e conversar como dois seres humanos civilizados, como deve ser a relação entre dois chefes de estado”, disse ainda.
Lula tem reforçado o interesse na presença em peso de líderes mundiais na conferência e afirmou que pretende que esta seja a “COP da verdade”. “Quero saber quais chefes de Estado confiam nos cientistas ou não”, declarou.
Durante discurso no início do mês, no Conselhão, órgão de assessoramento da Presidência, Lula havia criticado a falta de abertura de Trump para as conversas sobre o tarifaço e afirmou que não iria ligar para o americano para falar sobre o tema, mas disse que o chamaria para a COP30.
“Não vou ligar para o Trump para negociar nada não porque ele não quer falar. Mas pode ficar certo, Marina [Silva, ministra do Meio Ambiente]. Eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para COP [reunião global do clima da ONU], que eu quero saber o que é que ele pensa da questão climática. Vou ter a gentileza de ligar”, disse Lula, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão.
Em junho deste ano, em Paris, o brasileiro disse que a COP30 precisava ser um encontro sério, com foco em debates e discussões profundas, não apenas em celebrações. Na ocasião, ele disse: “Vou ligar para o Trump e dizer: ‘Ô cara, a COP é aqui no Brasil. Vamos discutir esse negócio'”.
Trump, ao voltar à Presidência dos EUA, retirou novamente o país do Acordo de Paris. Pelas regras, no entanto, a saída só será efetivada no começo de 2026, o que permite a participação americana no evento em Belém.
No entanto, o governo Trump acabou também com o órgão responsável oficialmente por negociações climáticas e, com isso, ampliou as dúvidas sobre a participação dos Estados Unidos na COP30.
A presidência da cúpula em Belém está sendo pressionada para mudar o local da COP, diante dos preços altos para hospedagem em Belém.
No início deste mês, um grupo de 25 negociadores da COP assinou um documento no qual sugerem que, se os preços no Pará não forem resolvidos, o evento deveria, ao menos em parte, acontecer em outro local.
Conforme mostrou a Folha, os signatários –inclusive de nações ricas- pediram que condições mínimas de acomodação e custo sejam atendidas, “seja em Belém ou em outro lugar”.
O documento também reconhecia o trabalho do governo Lula e da organização para viabilizar o evento e celebra a escolha de Belém como sede -uma cidade que vive as realidades das mudanças climáticas–, mas deixava explícita as preocupações.
Além de coletivos como o Grupo de Negociadores Africanos e o Países Menos Desenvolvidos (LDC, em inglês), dentre os 25 signatários do texto há nações desenvolvidas como Áustria, Bélgica, Canadá, República Checa, Finlândia, Holanda, Noruega, Suécia e Suíça.
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