Elon Musk admitiu que o departamento criado para cortar os gastos federais dos Estados Unidos, o Doge (Departamento de Eficiência Governamental), não conseguiu alcançar seus objetivos iniciais. A declaração foi feita após o empresário receber críticas, inclusive feitas por integrantes do governo de Donald Trump.
“É uma questão de quanto sofrimento o governo e o Congresso estão dispostos a suportar. Porque é possível fazê-lo, mas requer lidar com muitas reclamações”, disse Musk na quarta-feira (30) a jornalistas.
A entrevista, feita após uma reunião de gabinete à qual Musk compareceu e que poderia ser uma de suas últimas, foi publicada em vários veículos de imprensa americano nesta quinta-feira (1º).
À frente da Doge desde janeiro, Musk reconheceu que, até agora, a comissão cortou os gastos federais em US$ 160 bilhões, número muito abaixo do objetivo original de US$ 2 trilhões.
Cortes mais profundos exigiriam reduções nas principais áreas de gastos públicos, incluindo pensões e assistência médica para aposentados, assim como no orçamento de defesa.
Em três meses, a comissão suprimiu milhares de postos de trabalho na função pública federal e cortou drasticamente os subsídios federais.
Musk advertiu que agora se concentrará mais em sua empresa de carros elétricos, a Tesla, cujas vendas caíram drasticamente. Além disso, as concessionárias da companhia nos Estados Unidos e outros países têm sido alvo de atos de vandalismo e protestos.
Seu envolvimento com o Doge não tem sido “muito divertido”, disse o bilionário. Em princípio, o trabalho da comissão estava previsto para durar até 4 de julho de 2026, mas Musk afirmou que poderia se prolongar durante os quatro anos de mandato de Trump.
“Depende do presidente”, disse ele. Musk esclareceu, no entanto, que não desapareceria completamente e que queria manter seu pequeno escritório na Casa Branca para visitas semanais a Washington.
O homem mais rico do mundo explicou que, com ou sem ele, o “Doge é uma arte de viver”. “É como o budismo”, disse. E acrescentou: “Buda já não está vivo. Mas ninguém se perguntaria: Quem poderia liderar o budismo?”