Panamá permite tropas dos EUA em áreas de acesso ao canal – 11/04/2025 – Mundo

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Tropas dos Estados Unidos poderão ser destacadas em áreas de acesso e adjacentes ao canal do Panamá, segundo um acordo assinado entre os dois países, uma concessão sensível ao presidente Donald Trump, determinado a retomar o controle da estratégica via interoceânica.

O governo panamenho descarta que sejam bases militares, um assunto delicado no país centro-americano, pois evoca a época em que os EUA detinham um enclave com tropas circundando o canal, antes de entregar a estrutura e a área ao Panamá, em 31 de dezembro de 1999.

Militares dos Estados Unidos poderão utilizar as instalações e áreas autorizadas para treinamento, exercícios e outras atividades, segundo o texto assinado pelo ministro de Segurança panamenho, Frank Ábrego, e o secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, que visitou o Panamá nesta semana.

O convênio de segurança inclui fotos das instalações autorizadas, entre elas duas bases aeronavais e um aeroporto localizados em áreas onde antes estavam as bases militares americanas no enclave, chamado de Zona do Canal.

Desde que voltou ao poder em janeiro, Trump ameaça retomar a rota marítima que os EUA construíram, sob o argumento de que está sob influência da China —ele não descarta uma recuperação pelo uso da força, mas não especifica o que seria exatamente essa retomada.

“Estamos recuperando o canal. A China teve muita influência junto do Panamá, estamos expulsando-os”, disse Hegseth a Trump nesta quinta-feira (10), em Washington, ao informá-lo do acordo e dos resultados de sua visita.

O pacto, que vigorará por três anos prorrogáveis, estabelece que as instalações serão propriedade do Estado panamenho e serão de “uso conjunto” pelas forças de segurança de ambos os países.

De visita a Lima, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, assegurou nesta quinta-feira que rejeitou a intenção do Pentágono de incluir no acordo termos como “presença militar permanente”, “bases militares” e “cessão de território”.

“Porque isso sim é inaceitável”, disse Mulino, segundo o qual, por esse motivo, devolveu “quatro versões” do convênio entregues pelo Departamento de Defesa americano. “Você quer [criar] um problema, que o país se inflame?”, o presidente panamenho relatou ter dito ao chefe do Pentágono.

Em meio à tensão, o governo de Mulino afirmou que os EUA apagaram de um comunicado conjunto, em sua versão em inglês, a frase que reconhecia a “soberania irrenunciável do Panamá sobre o canal”. Nesta quinta-feira, pediu a Washington que atualizasse a nota e a incluísse.

O canal é motivo de orgulho no país. O Panamá tem proibido por lei o estabelecimento de bases militares e desmantelou o Exército após a invasão dos EUA em dezembro de 1989 para capturar o ex-ditador Manuel Antonio Noriega, que era acusado de narcotráfico.

Em sua visita ao Panamá, Hegseth já havia mencionado a possibilidade de reviver uma base militar, o que gerou descontentamento no país. Pequenos grupos de trabalhadores protestaram cedo nesta quinta-feira e gritaram palavras de ordem contra a presença de bases no país.

“Aqui o que há é um retrocesso à soberania nacional. O que o governo do Panamá fez é um ato de traição à pátria, são uns vendilhões da pátria e devem ser julgados”, afirmou à AFP o líder sindical Saúl Méndez.

O chanceler Javier Martínez-Acha assegurou nesta quinta-feira que o acordo com os EUA respeita a Constituição e os tratados do canal.

“Não se cedeu nem um centímetro de soberania. O acordo busca estabelecer uma cooperação mais ampla em matéria de defesa do canal em caso de ameaças tangíveis”, afirmou Martínez-Acha.

Os Estados Unidos consideram uma ameaça à sua segurança que a empresa Hutchison Holdings, de Hong Kong, opere dois portos em ambas as entradas do canal. Em meio às pressões, o Panamá fez uma auditoria segundo a qual a subsidiária dessa companhia descumpriu o contrato de concessão.

A Hutchison anunciou há um mês que venderia a concessão dos dois portos a um consórcio americano, mas até agora o negócio não se concretizou devido a uma investigação por parte de reguladores chineses.



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