O papa Francisco, ainda se recuperando de uma pneumonia dupla, não participou da procissão anual da Sexta-Feira Santa (18) que acontece no Coliseu de Roma, junto a milhares de fiéis católicos, pelo terceiro ano consecutivo.

O pontífice de 88 anos, que está limitando suas aparições públicas por ordem médica, não compareceu à cerimônia ao ar livre da Sexta-Feira Santa, dia em que cristãos relembram a crucificação de Jesus.

A via-crucis no Coliseu, que se acredita ter sido um local de martírio dos primeiros cristãos, é uma reencenação da morte de Jesus.

Os participantes se revezam carregando a cruz de Jesus enquanto caminham dentro e ao redor da antiga arena romana, parando para rezar e ouvir meditações.

A Sexta-feira Santa antecede o Domingo de Páscoa, a data mais importante do calendário litúrgico da Igreja —que comemora o dia em que os cristãos acreditam que Jesus ressuscitou dos mortos.

Francisco, papa desde 2013, quase morreu durante as cinco semanas em que enfrentou pneumonia dupla. Ele também não participou do evento no Coliseu, que geralmente ocorre na primavera em um clima mais ameno, em 2023 e 2024.

O Vaticano informou que Francisco escreveu pessoalmente as meditações para a cerimônia deste ano.

As reflexões, cada uma iniciada com uma breve leitura bíblica, foram curtas e abordaram temas como guerra, dificuldades econômicas e o papel das mulheres na Igreja Católica.

O Vaticano ainda não informou se Francisco participará de outras celebrações de Páscoa ao longo do fim de semana.

O papa também não participou de uma cerimônia anterior no Vaticano, realizada na quinta-feira. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, e sua família, que estão na Itália para a Páscoa, estavam entre os presentes nesse evento. Católico, Vance tem discordâncias com o papa Francisco sobre as políticas de imigração do governo Trump

O papa fez do cuidado com os migrantes um dos temas principais de seus 12 anos de papado. Ele criticou duramente os planos do governo Trump de deportar milhões de migrantes nos EUA, chamando a política de vergonha.

Francisco refutou o argumento teológico que Vance usou para defender a repressão em uma carta aberta incomum aos bispos católicos dos EUA, em fevereiro, e chamou o plano de Trump de uma “grande crise” para os EUA.