Pentágono: novas regras limitam trabalho de jornalistas – 16/10/2025 – Mundo

Pentágono: novas regras limitam trabalho de jornalistas - 16/10/2025 -


Dezenas de repórteres que tinham acesso à sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos devolveram suas credenciais nesta quarta-feira (15), após o início da vigência de uma nova diretriz promovida pelo secretário Pete Hegseth que impõe restrições à cobertura jornalística no Pentágono.

Até o prazo final para a assinatura do documento apresentado aos jornalistas, na terça-feira (14), somente um veículo o tinha feito —o canal conservador One America News. Mesmo meios vistos como mais alinhados ao presidente Donald Trump, como Fox News, Newsmax e Washington Times, recusaram-se a assiná-lo.

O documento de 21 páginas representa uma mudança expressiva na relação do departamento com os repórteres que cobrem os assuntos militares. Até então, o jornalista que fosse acompanhar o dia a dia do Pentágono tinha de assinar um termo de uma página. Nele, comprometia-se basicamente a aceitar inspeção de raio-x e de pertences na entrada e a manter seu crachá de imprensa sempre visível. Também era exigida assiduidade ao prédio do departamento como prova da cobertura jornalística cotidiana.

Não havia nenhum veto de circulação dentro do prédio nem referência a práticas jornalísticas em si, como o acesso a funcionários do departamento e a forma de lhes dirigir questionamentos. Agora, sob os novos termos, há um mapa com áreas permitidas e outras em que é proibido andar sozinho. Mesmo que o repórter tenha uma entrevista marcada com alguma autoridade nessa zona restrita, é preciso pedir o acompanhamento de um servidor durante todo o tempo.

O ponto mais controverso está na relativização da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que estabelece a liberdade de imprensa e de expressão. Antes da publicação completa das diretrizes, a iniciativa de Hegseth havia sido interpretada como uma possível indicação de necessária pré-aprovação do governo para reportagens.

O documento publicado afirma que os jornalistas “não precisam submeter seus textos para aprovação do departamento”. No entanto, mantém, de maneira pouco clara, o aviso de que “qualquer solicitação aos funcionários do departamento para cometer atos criminosos não será considerada protegida pela Primeira Emenda”.

Segundo a diretriz, receber informação confidencial ou sensível à segurança nacional é algo protegido pela Primeira Emenda e não levaria, por si só, à “recusa, revogação ou não renovação” da credencial de imprensa. No entanto, se o jornalista “solicitar a retirada de sigilo dessa informação ou encorajar pessoal do departamento a violar leis e políticas relacionadas ao sigilo dessa informação, tal conduta pode ser levada em conta no caso de gerar uma situação de risco à segurança”.

A mesma premissa se mantém em outra passagem do documento segundo o qual “os direitos da imprensa não são absolutos e não ultrapassam o interesse do governo em manter a confidencialidade de informações sensíveis”.

Os termos vagos geraram críticas de entidades e dos próprios veículos. Segundo análise do jornal The New York Times, esses trechos são “particularmente problemáticos” porque têm como alvo a própria linguagem da apuração jornalística. E questiona: “Qual é a diferença, por exemplo, entre o que a nova diretriz chama de ‘solicitação’ e um jornalista perguntar: ‘O que está acontecendo no escritório do secretário?”’

Junto com Trump, na terça-feira (14), Hegseth defendeu que as regras “são coisas de bom senso”. O presidente endossou indiretamente as regulamentações em seguida. “Vocês andam pela Casa Branca falando com qualquer um que possa respirar”, disse a um jornalista. “Mas acho que quando se trata de guerra, (…) me incomoda ter soldados e até mesmo generais de alta patente andando por aí com vocês grudados neles fazendo perguntas, porque eles podem cometer um erro, e um erro pode ser trágico.”

Os jornalistas que aceitarem os novos termos e obtiverem a permissão deverão utilizar um crachá vermelho que os identifique como parte da imprensa. Anteriormente, o acessório era comum, nos moldes dos utilizados por quaisquer visitantes, “com um discreto ‘PRESS’ [imprensa] na borda inferior”, segundo o New York Times.



Fonte CNN BRASIL

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