O presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, extinguiu o Ministério da Justiça nesta quinta-feira (20), após um escândalo envolvendo seu chefe, que supostamente tentou ocultar uma sentença de prisão.
Por decreto, Paz inicialmente exonerou Freddy Vidovic e nomeou Jorge Franz García para o cargo, mas posteriormente anunciou sua decisão de extinguir o ministério.
Em um pronunciamento na sede do governo, o presidente lembrou que durante sua campanha eleitoral havia prometido extinguir o Ministério da Justiça, argumentando que a esquerda, que esteve no poder por duas décadas, o utilizava para perseguir a oposição.
“Hoje estou cumprindo minha palavra… o ministério da perseguição acabou, o ministério da injustiça acabou, o ministério que vendia sentenças judiciais acabou”, disse Paz.
O presidente de centro-direita fez o anúncio após a saída de Vidovic, que ele havia nomeado em 9 de novembro, um dia depois de tomar posse para um mandato de cinco anos. O então ministro havia sido condenado em 2015 a três anos de prisão por suborno em nome do empresário peruano Martín Belaúnde, assessor do ex-presidente Ollanta Humala e advogado de Vidovic.
Belaúnde foi capturado na Bolívia há 10 anos e extraditado para o Peru a pedido de Lima, que buscava sua extradição por seu envolvimento em um caso de corrupção que implicava Humala.
Vidovic chegou ao Ministério da Justiça como advogado pessoal do vice-presidente boliviano, Edmand Lara.
Paz não informou qual será o papel de Jorge Franz García após o fechamento do ministério para o qual havia sido nomeado.
Também não especificou se outro ministério assumirá as funções do Ministério da Justiça, responsável por promover legislação, coordenar ações com os poderes Legislativo, Judiciário e Eleitoral e, em alguns casos, prestar assistência jurídica ao governo.




