O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, foi reeleito neste sábado (3), de acordo com projeção da emissora Australian Broadcasting Corporation (ABC). Espera-se também que o Partido Trabalhista, ao qual o premiê pertence, consiga o maior número de cadeiras na Câmara dos Representantes, ultrapassando o bloco conservador dos partidos Liberal e Nacional.
O conservador Peter Dutton, líder do Partido Liberal, reconheceu a derrota e disse ter telefonado para Albanese para parabenizá-lo. Admitindo a perda de sua própria cadeira como representante de Dickson no Parlamento, cargo que ele ocupou por duas décadas, Dutton afirmou que conversou também com a candidata trabalhista para parabenizá-la.
“Não nos saímos bem o suficiente durante esta campanha. Isso é óbvio esta noite, e eu aceito total responsabilidade por isso”, disse ele em um discurso televisionado, prometendo uma reconstrução do bloco conservador. “Fomos definidos por nossos oponentes nesta eleição, o que não é a verdadeira história de quem somos.”
Albanese é o mais recente líder de esquerda a conseguir uma reeleição graças, em parte, ao efeito Donald Trump. Isso porque o líder do Partido Liberal, Peter Dutton —um ex-policial com reputação de ser linha-dura com o crime e a imigração— foi criticado durante toda a campanha por ser ideologicamente próximo ao presidente dos EUA. No começo da campanha, influenciada pela forma como os candidatos poderiam negociar com Trump na questão das tarifas, os trabalhistas estavam atrás nas pesquisas, mas conseguiram virar o jogo, como apontam as projeções.
Cenário semelhante ocorreu no Canadá, em que Mark Carney, do Partido Liberal, aparecia atrás dos conservadores. Com uma plataforma de resistência a Trump —que ameaçava tanto na imposição de tarifas quanto no discurso de que gostaria de ver o Canadá como 51º estado dos EUA—, Carney viu a intenção de voto do eleitor mudar ao longo da corrida, e ele saiu vencedor, mantendo o domínio dos liberais no país.