Recesso político da China tem foco em ciência e tecnologia – 05/08/2025 – Mundo

Recesso político da China tem foco em ciência e tecnologia


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O chefe de gabinete de Xi Jinping, Cai Qi, participou neste domingo (3) de um encontro com cientistas no balneário de Beidaihe, indicando o início do tradicional recesso de verão da cúpula do Partido Comunista Chinês.

Segundo a emissora estatal CCTV, ele recebeu mais de 30 acadêmicos e pesquisadores de áreas estratégicas, como tecnologia de ponta, ciência básica e ciências sociais, chamando-os de “essenciais” para o desenvolvimento econômico do país.

Entenda: Beidaihe é uma cidade litorânea a cerca de 300 km de Pequim, usada desde os anos 1950 como local de descanso e articulação política durante o mês de agosto.

Embora as decisões mais relevantes do regime hoje ocorram na capital chinesa, o recesso mantém valor simbólico e costuma ser usado para alinhar prioridades antes de eventos importantes do segundo semestre.

Neste ano, o encontro antecede o quarto plenário do Comitê Central, previsto para outubro, quando serão definidas as metas do próximo plano quinquenal da China, com validade até 2030.

Em instruções divulgadas nesta segunda (4), Xi pediu que o partido “ouça a voz da sociedade” na formulação do documento.

Também participaram do evento no fim de semana o responsável pela área de pessoal do partido, Shi Taifeng, e a conselheira de Estado Shen Yiqin, encarregada de políticas sociais.

Por que importa: abrir o recesso com um encontro voltado à ciência e à inovação reforça o foco estratégico da China na autossuficiência tecnológica. A orientação deve se refletir no novo plano quinquenal, em um momento de forte rivalidade com os EUA.

O Brasil, que busca espaço em cadeias produtivas sensíveis e setores como agro de precisão, energia limpa e semicondutores, pode ser afetado por essa mudança de rota.


pare para ver

“Verão em Beidaihe”, arte de um pôster comunista bastante popular no fim dos anos 1970 e desenhado pelo artista local Guo Shanping, que por muitos anos serviu como diretor do palácio cultural da cidade.


o que também importa

★ Um relatório do Centro para a Transparência China-Reino Unido afirmou que estudantes chineses foram pressionados por autoridades de seu país a espionar colegas em universidades britânicas e a relatar discussões sobre temas sensíveis, como Xinjiang, Covid e tecnologia. Professores relataram intimidações, inclusive com ameaças a familiares na China. Segundo a BBC, também foram reportados casos de censura e vigilância ligados a Institutos Confúcio. A denúncia ocorreu após a entrada em vigor de uma lei que obriga universidades a promover a liberdade acadêmica. A embaixada chinesa chamou as acusações de “absurdas”.

★ A China rejeitou a exigência dos Estados Unidos para que suspendesse as importações de petróleo do Irã e da Rússia. O governo chinês afirmou que garantirá seu suprimento energético de acordo com seus interesses e que “pressão e coerção não surtirão efeito”. A exigência dos EUA, divulgada pelo presidente Donald Trump nas redes sociais na semana passada, visa reduzir o financiamento das forças armadas iranianas e russas. Segundo relatório do governo americano, até 90% do petróleo exportado pelo Irã teve como destino o mercado chinês neste ano.

★ A polícia da Itália prendeu 13 pessoas e investiga outras 31 em uma operação nacional contra grupos mafiosos chineses acusados de tráfico de drogas, exploração sexual e roubo. As ações ocorreram em 25 províncias na segunda (4), incluindo Milão, Roma e Prato. De acordo com os investigadores, as quadrilhas atuavam com violência e intimidação, com foco na comunidade chinesa. O tema já era tratado como prioridade por autoridades policiais desde abril, quando dois membros de uma rede criminosa chinesa foram mortos em Roma, em uma suposta disputa por território. Prato, que tem grande população chinesa, já havia sido alvo de apurações por exploração de imigrantes.


fique de olho

A Tesla teve queda de 8,4% nas vendas de veículos elétricos fabricados na China em julho, em comparação ao mesmo mês de 2024, informou a Reuters nesta segunda (4). O recuo interrompeu o breve alívio visto em junho e reforça a pressão de concorrentes chineses no mercado local.

A desaceleração ocorre em meio a uma disputa intensa por preços no setor automotivo chinês, que tem afetado margens e adiado lançamentos.

Por que importa: o enfraquecimento da Tesla no maior mercado automotivo do mundo expõe os limites da presença ocidental na indústria chinesa, que tem players domésticos mais avançados e baratos.

A perda de competitividade em volume e preço pode obrigar empresas como a montadora de Musk a redirecionar sua estratégia global, o que inclui desaceleração de investimentos, cortes de custos e mudança no foco de inovação.



Fonte CNN BRASIL

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