O governo de Donald Trump triplicou, de US$ 1.000 para US$ 3.000 (de R$ 5,5 mil para R$ 16,6 mil), o que chama de bônus concedido a cada migrante em situação irregular que deixar os Estados Unidos, de forma voluntária, neste fim de ano.
As autoridades dos Estados Unidos implementaram, em maio, uma campanha de autodeportação, na qual os migrantes sem permissão de residência podem deixar o país em troca de US$ 1.000 mais os custos da viagem.
Até o fim do ano, essa quantia subirá para US$ 3.000, segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA. A pasta afirma que o valor é reservado a imigrantes que queiram “voltar para casa no Natal”.
“Os estrangeiros em situação ilegal que não aproveitarem esta oferta especial só terão uma alternativa: serão detidos, expulsos e não poderão voltar nunca mais aos EUA”, diz comunicado do departamento chefiado por Kristi Noem. A nota não informa até quando exatamente a nova medida ficará em vigor.
Desde que voltou ao poder, em janeiro, Trump implementou uma campanha contra a imigração irregular, com expulsões em massa e o endurecimento das condições de entrada nos EUA.
O braço responsável por prender imigrantes em situação irregular dentro do país é o ICE, o serviço de imigração dos EUA. Turbinado com um aumento do orçamento de 200% no ano que vem, a agência vê seus métodos —invasões violentas de carros e casas, prisões em massa em fazendas— cada vez mais questionados pela oposição.
Entretanto, apesar da alta visibilidade das operações do ICE, o número total de imigrantes deportados pela agência não está claro. O governo Trump fala em 2,5 milhões de estrangeiros a menos no país, dos quais 600 mil teriam sido deportados, e o restante, deixado o país de forma voluntária. Vários veículos da imprensa americana publicaram estimativas diferentes.
Agora, uma análise de dados do governo dos EUA feita pela Folha aponta que, de janeiro a setembro de 2025, o ICE deportou pelo menos 113 mil imigrantes, um aumento de 126% em relação ao mesmo período do ano passado, quando estava no poder o democrata Joe Biden.
Os dados foram analisados a partir de documentos obtidos pela lei de acesso à informação americana e compilados pelo Deportation Data Project, iniciativa da Universidade da Califórnia




