O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado (20) que demitiu um procurador federal que, segundo a imprensa, era pressionado a investigar dois adversários políticos do republicano.
O jornal The New York Times e outros meios de comunicação americanos informaram na sexta-feira (19) que o procurador Erik Siebert, do distrito leste da Virgínia, havia renunciado ao seu cargo.
Segundo o NYT, o procurador foi pressionado para apresentar acusações contra o ex-diretor do FBI James Comey, demitido por Trump em 2017, e contra a procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James.
“Hoje, retirei a nomeação de Erik Siebert como procurador dos Estados Unidos para o distrito leste da Virgínia, quando fui informado de que ele recebeu o apoio INCOMUMENTE FORTE de dois senadores democratas absolutamente terríveis, senadores democratas canalhas, do Grande Estado da Virgínia”, escreveu Trump em sua plataforma, a Truth Social, com as habituais letras maiúsculas.
“Ele não renunciou, eu o demiti”, acrescentou na madrugada deste sábado em sua plataforma.
Algumas horas antes, em uma conversa com jornalistas no Salão Oval, Trump havia declarado: “Eu quero ele fora”.
O procurador federal havia indicado recentemente ao Departamento de Justiça que era contrário a indiciar Comey por acusações de mentir ao Congresso.
Siebert também considerou que não havia evidências suficientes para apresentar acusações contra a procuradora Letitia James por suspeita de fraude hipotecária, afirmaram pessoas próximas ao caso ao jornal The Washington Post.
O ex-diretor do FBI foi destituído abruptamente em 2017, quando investigava possíveis interferências russas na campanha eleitoral de Trump durante as eleições de 2016 e se tornou um crítico ferrenho do republicano.
Por sua vez, Letitia James iniciou como procuradora de Nova York um caso contra Trump, acusado de inflar seu patrimônio de maneira fraudulenta e manipular o valor de propriedades para conseguir empréstimos ou seguros em boas condições.
Um juiz decidiu em 2024 contra Trump e impôs uma multa de US$ 464 milhões. No mês de agosto, um tribunal de apelação anulou a multa por considerá-la excessiva, mas confirmou a decisão inicial por fraude.
A procuradora, assim como vários democratas, foi acusada por um funcionário federal aliado de Trump de falsificar documentos em pedidos de hipoteca.
Questionado sobre este caso na sexta-feira, Trump disse: “Parece que ela é realmente culpada de algo, mas, na verdade, não sei”.