Trump põe sua gestão em jogo com entrada dos EUA em guerra – 22/06/2025 – Mundo

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Donald Trump fez a maior aposta de seus quatro anos e meio na Casa Branca, combinando os dois mandatos, no sábado (21) à noite ao atacar o Irã e se juntar à guerra de Israel contra a República Islâmica.

A principal aposta de Trump é que o Irã e seus representantes no Oriente Médio foram tão enfraquecidos que o presidente dos EUA pode apresentar sua intervenção como limitada e bem-sucedida. É também uma aposta de que uma Teerã intimidada buscará rapidamente um acordo em vez de retaliar.

Se Trump estiver certo, ele terá alcançado um objetivo da política externa dos EUA que abrange várias gestões—a eliminação da ameaça nuclear iraniana— e feito isso a um custo relativamente baixo.

Mas a medida carrega o enorme risco de inflamar ainda mais o Oriente Médio, colocando em perigo a segurança dos EUA e de Israel e prejudicando um presidente que havia prometido não envolver a América em novos conflitos globais.

“Tudo depende de como o regime iraniano reage —e não está claro quais são as capacidades e a vontade do regime neste momento. [Mas] a rede do Irã em toda a região continua operacionalmente letal, e é capaz de semear mais instabilidade e terror se optar por fazê-lo”, disse Brian Katulis, pesquisador sênior do Middle East Institute, um think tank de Washington.

Trump havia passado grande parte de sua campanha presidencial de 2024 argumentando que seria um pacificador em seu segundo mandato, resolvendo conflitos globais em vez de fomentar novos.

Mas o presidente, sob pressão do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, viu um ataque contra o Irã tanto como uma oportunidade a ser aproveitada, quanto uma chance de garantir um legado como um líder disposto a exercer o poder militar americano.

No sábado, Trump parecia estar saboreando sua transição de isolacionista para belicista. O presidente colocou um boné vermelho “Make America Great Again” enquanto se reunia com assessores de alto escalão na sala de emergências da Casa Branca. Durante seu discurso após os ataques, ele advertiu que estava pronto para expandir a campanha militar contra o Irã, se necessário.

“Haverá paz ou haverá tragédia para o Irã, muito maior do que testemunhamos nos últimos oito dias”, disse Trump. “Lembrem-se, há muitos alvos restantes. Mas se a paz não vier rapidamente, iremos atrás desses outros alvos com precisão, velocidade e habilidade.”

O Irã sempre foi uma espécie de exceção ao mantra não-intervencionista de Trump. No início de 2020, perto do fim de seu primeiro mandato, ele lançou uma operação militar de alto risco para assassinar o comandante militar iraniano Qassim Suleimani em Bagdá.

“Se americanos em qualquer lugar forem ameaçados, já temos todos esses alvos totalmente identificados, e estou pronto e preparado para tomar qualquer ação necessária. E isso, em particular, se refere ao Irã”, disse Trump na época.

Em sua visita no mês passado à região do golfo Pérsico, o presidente dos EUA havia emitido outro claro aviso a Teerã. “Queremos que eles sejam um país maravilhoso, seguro e grande, mas eles não podem ter uma arma nuclear”, disse Trump. “Esta é uma oferta que não durará para sempre.”

Esses avisos públicos a Teerã foram drasticamente intensificados na última semana, quando ele saiu mais cedo de uma cúpula do G7 no Canadá para deliberar sobre os ataques contra o Irã. Sua sugestão na quinta-feira de que a República Islâmica tinha mais duas semanas para se curvar às exigências dos EUA foi de curta duração.

Dana Stroul, ex-secretária assistente adjunta de defesa para o Oriente Médio, agora no Washington Institute for Near East Policy, disse que a mudança belicosa de Trump em relação ao Irã estava em desacordo com sua postura anterior sobre política externa.

“Trump repetidamente declarou sua preferência pela diplomacia, seu desejo de fazer um acordo e seu desejo de ser julgado pelas guerras nas quais os Estados Unidos não entram”, disse ela.

“E aqui estamos, cinco meses após o início da segunda administração, e ele colocou os Estados Unidos em conflito direto com o Irã, sem uma articulação séria ao povo americano sobre o quadro de inteligência, sem um engajamento sério com o Congresso sobre a autorização do uso da força militar.”

Chris Van Hollen, senador democrata de Maryland, expressou sua raiva, sinalizando o tipo de ataques domésticos que Trump pode esperar nos próximos dias.

“A guerra no Iraque também foi iniciada sob falsos pretextos”, disse Van Hollen. “Os Estados Unidos apoiaram corretamente a defesa de Israel, mas não deveriam ter se juntado a Netanyahu nesta guerra por escolha.”

Alexandria Ocasio-Cortéz, congressista democrata de Nova York, pediu o impeachment de Trump por tomar ação militar sem a autorização do Congresso dos EUA. O congressista republicano Thomas Massie escreveu sobre a decisão de Trump de atacar: “Isso não é constitucional.”

Alguns outros legisladores republicanos, porém, saudaram a medida.

“A ação decisiva do presidente impede que o maior patrocinador estatal do terrorismo no mundo, que entoa ‘Morte à América’, obtenha a arma mais letal do planeta. Esta é a política ‘América Primeiro’ em ação”, disse o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson.

A ação de Trump contra o Irã ocorreu com 51% dos americanos desaprovando seu desempenho no cargo, e 46,9% aprovando, de acordo com a média de pesquisas do Realclearpolitics.com.

Aaron David Miller, ex-negociador do Departamento de Estado americano no Oriente Médio, agora na Carnegie Endowment for International Peace, disse que Trump tinha “muita margem política” para continuar lutando, especialmente se o Irã retaliasse.

Mas ele também alertou que a janela pode não ficar aberta por muito tempo, especialmente se a guerra se ampliasse ou provocasse uma nova crise energética. “Como isso seria recebido com americanos sendo mortos e o preço do petróleo acima de US$ 100 o barril, é outra questão.”

Jack Reed, o principal democrata no Comitê de Serviços Armados do Senado, colocou de outra forma: “Esta foi uma aposta massiva do presidente Trump, e ninguém sabe ainda se ela vai compensar.”



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