Trump quer falar China e Rússia sobre desnuclearização – 26/08/2025 – Mundo

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Donald Trump afirmou que pretende abrir negociações de desnuclearização com Rússia e China em meio à aproximação do fim do New START, o último tratado de controle de armas entre Washington e Moscou, que expira em fevereiro de 2026. Ele disso isso antes de uma reunião com o presidente sul-coreano Lee Jae Myung, na Casa Branca, na tarde de segunda (25).

O presidente dos Estados Unidos disse já ter tratado do tema com Vladimir Putin e afirmou acreditar que Xi Jinping aceitará se engajar nas conversas. Segundo ele, a China estaria atrás em poder nuclear, mas poderia alcançar os EUA em cinco anos. O republicano também voltou a acenar para um encontro com Kim Jong Un, apesar do silêncio de Pyongyang.

O New START, assinado em 2010, limita os arsenais estratégicos dos EUA e da Rússia. Moscou já advertiu que a renovação é improvável, enquanto tentativas anteriores de incluir Pequim nas discussões fracassaram porque a China relata ter um estoque de armas nucleares muito inferior ao dos americanos e ao dos russos.

Em 2024, o governo Joe Biden tentou aproveitar o que classificou como “oportunidade limitada” para abrir conversas sobre armas nucleares com a China, mas o diálogo foi interrompido após Pequim suspender reuniões em protesto às vendas de armas dos EUA para Taiwan. A retomada do tema por Trump ocorre, portanto, contra um pano de fundo de impasse diplomático e rivalidade crescente.

Por que importa: ao recolocar o controle nuclear no centro da agenda, Trump tenta projetar os EUA como árbitro global em um momento de tensões simultâneas com Rússia, China e Coreia do Norte.

O risco de colapso do New START, somado à falta de avanços concretos com Pyongyang, eleva as chances de uma nova corrida armamentista em cenário de instabilidade geopolítica.


Pare para ver

Performance de Cai Guo-Qiang durante as Olimpíadas de 2008 em Pequim. O artista chinês natural de Quanzhou é conhecido por usar explosões em suas performances no mundo todo. Leia mais sobre ele aqui.


O que também importa

★ O governo japonês pediu a países europeus e asiáticos que evitem participar do desfile militar e de outros eventos que a China realizará em 3 de setembro para marcar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Tóquio argumenta que as celebrações têm um tom anti-japonês e busca conter a difusão da interpretação histórica de Pequim, que descreve o conflito como a “Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa” e parte da “Guerra Mundial Antifascista”. O desfile ocorrerá na Praça Tiananmen, após a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai em Tianjin, com presença esperada de Vladimir Putin. Em 2015, líderes ocidentais e o então premiê japonês Shinzo Abe também não participaram.

★ O chanceler venezuelano Yván Gil agradeceu à China por rejeitar o “intervencionismo dos EUA e as ameaças de uso da força contra a Venezuela“. Em mensagem em nome do ditador Nicolás Maduro, destacou a solidariedade de Pequim e a amizade entre os dois povos. A porta-voz da chancelaria chinesa, Mao Ning, reafirmou apoio total a Caracas e condenou a ingerência norte-americana, acusando Washington de violar a soberania e ameaçar a estabilidade da América Latina e do Caribe.

★ A estatal chinesa Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC na sigla em inglês) começará a produzir gás natural no Peru em novembro de 2026. Segundo a Perupetro, a empresa investirá cerca de US$ 500 milhões no Lote 58, em Cusco, cujas reservas chegam a 3 trilhões de pés cúbicos. Paralelamente, um consórcio liderado por Anadarko, Chevron e Westlawn iniciará ainda este ano a perfuração de um poço offshore em La Libertad, com investimento de US$ 100 milhões.


Fique de olho

Xi Jinping receberá mais de 20 líderes mundiais no cume da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), em Tianjin, nos dias 31 de agosto e 1º de setembro.

O encontro marca a primeira visita do premiê indiano Narendra Modi à China em mais de sete anos e reforça a solidariedade do chamado Sul Global em um momento de crescente rivalidade com os EUA e de isolamento diplomático da Rússia.

Além de Modi, Vladimir Putin estará presente, ao lado de líderes da Ásia Central, Oriente Médio, Sul e Sudeste Asiático. A expectativa é de encontros bilaterais entre Xi, Modi e Putin, após anos de tensões fronteiriças entre China e Índia e da guerra na Ucrânia.

Analistas avaliam que Xi pretende usar o fórum para projetar um cenário de ordem internacional “pós-americana” e mostrar que sanções e pressões ocidentais não diminuíram a influência de Pequim e Moscou.

Fundada em 2001, a OCX conta com 10 membros permanentes e tem expandido sua atuação para além da segurança, incluindo cooperação econômica e militar.

Por que importa: embora o bloco tenha eficácia limitada em questões de segurança, o encontro é visto como um gesto simbólico de força do Sul Global frente a Washington.

Para a Índia, o evento pode consolidar a recente distensão com a China, com expectativa de anúncios sobre retirada de tropas na fronteira, flexibilização de comércio e vistos e cooperação em áreas como clima. Para Putin, é uma rara oportunidade de se mostrar ativo no exterior.


Para ir a fundo

Em tempos de restrição de vistos americanos, a embaixada da China no Brasil aproveitou a oportunidade para produzir um vídeo explicando como os brasileiros podem morar no país asiático. Se você tem interesse no tema, veja as instruções aqui.

Estão abertas as inscrições para a pós-graduação em China Contemporânea da PUC Minas. As aulas são virtuais, começam em setembro e visam preparar os alunos para compreender os principais temas da sinologia atualmente. Interessados podem saber mais sobre o curso aqui.





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