Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se na cidade espanhola de Valência neste sábado (25) e pediram a renúncia do governador da região, Carlos Mazon, devido à sua gestão das enchentes que mataram 229 pessoas há um ano.
Exibindo faixas com mensagens como “Mazon para a prisão” e gritando “eles não morreram, foram assassinados”, os manifestantes lotaram o centro de Valência pela 12ª vez desde que as inundações ocorreram, em outubro do ano passado.
“Perdi tudo, mas o que importa não são as perdas materiais, mas as perdas humanas. E elas poderiam ter sido evitadas”, disse à Reuters Cristina Guzman Trabero, 71, sobrevivente das enchentes. “Estamos aqui exigindo justiça. Não queremos mais nada.”
Moradores das áreas afetadas acusam o governo regional de emitir um alerta tarde demais, quando os edifícios já estavam submersos e muitas pessoas se afogavam na inundação mais catastrófica na Europa desde 1967.
Uma investigação judicial está em andamento sobre a resposta de emergência. Na quinta-feira, o tribunal convocou um jornalista local que almoçou com Mazon no dia das enchentes —29 de outubro de 2024.
As autoridades espanholas informaram na quinta-feira (23) que o corpo de um homem de 56 anos foi encontrado enterrado na lama um ano depois de ter sido arrastado pela água.
As enchentes catastróficas foram causadas por um fenômeno meteorológico conhecido localmente como Dana (depressão isolada em níveis altos, na sigla em espanhol), no qual ar frio e quente se encontram e produzem poderosas nuvens de chuva, um padrão que se acredita estar se tornando mais frequente devido às mudanças climáticas.




