O verão de 2025 registrou calor recorde na Europa e na Ásia. No Reino Unido, a estação foi a mais quente desde o início dos registros, em 1884. O dado foi anunciado, nesta segunda-feira (1º), pelo Met Office, serviço de meteorologia britânico.
Os órgãos correspondentes no Japão e Coreia do Sul também divulgaram, nesta segunda, que os dois países asiáticos tiveram neste ano as temperaturas mais elevadas já computadas.
No Reino Unido, com a temperatura média de 16,1°C de 1º de junho a 31 de agosto, o verão britânico deste ano superou o recorde anterior, documentado em 2018, que era de 15,7°C.
Foram registradas quatro ondas de calor, e a temperatura máxima, de 35,8°C, foi batida em 1º de julho em Kent, no sudeste da Inglaterra.
“As estatísticas provisórias do Met Office mostram que o verão de 2025 é oficialmente o mais quente já registrado”, anunciou Emily Carlisle, cientista do serviço.
“O calor persistente deste ano foi impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo o predomínio de sistemas de alta pressão, mares incomumente quentes ao redor do Reino Unido e solos secos após a primavera”, acrescentou Carlisle.
Essas condições criaram “um ambiente onde o calor se acumula rapidamente e permanece, com temperaturas máximas e mínimas consideravelmente acima da média”, afirmou.
O verão britânico de 1976, com uma temperatura média de 15,7°C, deixa assim o grupo dos cinco mais quentes desde 1884, sendo agora todos posteriores ao ano 2000.
O Met Office indicou ainda que “um verão tão quente quanto o de 2025, ou até mais, agora é 70 vezes mais provável do que em um clima ‘natural’ sem emissões de gases de efeito estufa causadas pelo ser humano”.
As temperaturas em todo o mundo estão aumentando nos últimos anos devido à mudança climática, que também provoca padrões meteorológicos mais irregulares.
O anúncio do serviço meteorológico britânico coincide com os feitos nesta segunda pelas agências do Japão e da Coreia do Sul. Os dois países asiáticos também registraram seus verões mais quentes em 2025, quebrando os recordes do ano passado, segundo dados oficiais de junho, julho e agosto publicados pelas respectivas agências meteorológicas.
No Japão, a temperatura média de junho a agosto foi 2,36°C superior ao valor médio do período, segundo a Agência Meteorológica Japonesa (JMA, na sigla em inglês).
Foi “o verão mais quente desde o início dos registros, em 1898”, indicou a agência, acrescentando que este foi o terceiro verão consecutivo com recorde de temperatura.
No mesmo período, a Coreia do Sul teve a temperatura média de 25,7°C, “o maior valor desde o início dos registros, em 1973”, disse a agência meteorológica do país, em comunicado.
O recorde anterior para o período havia sido registrado no ano passado, com 25,6°C.
No Japão, o calor provocou a hospitalização de 84.521 pessoas de 1º de maio a 24 de agosto, mais que os 83.414 hospitalizados durante o mesmo período de 2024, segundo a agência de gestão de incêndios e desastres.
A tradicional temporada japonesa de floração das cerejeiras, em março ou abril, está mais precoce a cada ano e às vezes não ocorre completamente, devido ao fato de que o outono e o inverno não são suficientemente frios, explicam especialistas.
Outra mudança visível no país é que a neve cai cada vez mais tarde no monte Fuji. Em 2024, o recorde do primeiro registro de neve foi marcado em novembro.
A Coreia do Sul sofre com uma seca prolongada na cidade de Gangneung, onde as autoridades declararam estado de desastre e decretaram restrições no uso de água.