
(UOL/FOLHAPRESS) – O vice-presidente do Corinthians, Armando Mendonça, contesta a versão apresentada pela auditoria interna do clube que aponta que ele teria retirado 131 itens de materiais esportivos da Nike em 2025.
Em entrevista e com documentos apresentados à reportagem, Armando afirma que o número está “inflado”, contém “erros grosseiros” e utiliza registros que não correspondem à realidade.
Segundo ele, apenas 47 itens foram, de fato, retirados a seu pedido -todos relacionados a uso institucional, viagens oficiais ou solicitações diretas do presidente ou da diretoria.
Tudo que eu retirei tem minha assinatura física. Não existe nada sem meu aval direto.Armando Mendonça, em entrevista.
O dirigente afirma que 62 itens listados como retirados eram, na verdade, transferências internas do CT Joaquim Grava para o Parque São Jorge. Outros 22 materiais, segundo ele, foram retirados por terceiros, inclusive funcionários da Secretaria da Presidência, mas acabaram imputados ao seu nome no relatório final da auditoria.
“Estão me atribuindo requisições que não foram feitas por mim e que não saíram para meu uso ou relacionamento.”Armando Mendonça.
A auditoria é uma das frentes que embasam a investigação da Polícia Civil sobre possível desvio de materiais da Nike, tema revelado pelo UOL em setembro e que motivou a abertura de inquérito por furto qualificado.
ARMANDO AFIRMA QUE AUDITOR LISTADO NEGOU PARTICIPAÇÃO NA PRODUÇÃO DO RELATÓRIO
Entre os pontos apresentados por Armando Mendonça está um e-mail do funcionário Luiz Fernando Monteiro de Moraes, identificado na primeira versão da auditoria como um dos responsáveis pelo relatório.
No e-mail, datado de 7 de dezembro, Luiz Fernando afirma que não participou da auditoria, que esteve apenas em uma reunião prévia e que não tinha conhecimento do conteúdo final do documento.
Isso demonstra a fragilidade do relatório. Como alguém é listado como auditor sem ter auditado nada?Armando Mendonça.
ARMANDO TAMBÉM AFIRMA QUE REPRESENTANTE DA NIKE DESMENTIU EPISÓDIO CITADO EM RELATÓRIO
Outro trecho do documento que é contestado por Armando Mendonça é o que relata um suposto constrangimento por parte dele ao diretor de tecnologia Marcelo Munhoes durante reunião com Ricardo Garrote, representante da Nike no Brasil.
O vice-presidente corintiano afirmou que, em ligação telefônica feita na presença do presidente Osmar Stábile, Garrote negou que o episódio tenha ocorrido.
A auditoria colocou algo que simplesmente não existiu. Isso precisa ser revisto.Armando Mendonça.
SISTEMA DE CONTROLE E HISTÓRICO DE FALHAS
Por fim, Armando também argumentou que problemas estruturais no controle de materiais vêm de gestões anteriores e que ele próprio levou irregularidades ao conhecimento do Conselho de Orientação (Cori) em 2024.
Ele mencionou falhas no lançamento de notas fiscais e ausência de rastreabilidade no estoque do CT na gestão passada – fatores que, segundo ele, estão sendo corrigidos pela atual administração.
A auditoria interna segue em análise pelo Conselho Deliberativo, enquanto o inquérito policial conduzido pela Delegacia de Repressão aos Delitos do Esporte (DRADE) investiga possíveis desvios de materiais e responsabilidades individuais.
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