Volodimir Zelenski não chegou a usar um terno com gravata, mas quase. Após ser admoestado por Donald Trump na desastrosa visita anterior à Casa Branca, o ucraniano chegou para o encontro desta segunda-feira (18) sem sua usual vestimenta de inspiração militar.
Zelenski vestia um paletó preto fechado no alto, com calça e uma camisa abotoada até o pescoço. A gravata ficou para outra ocasião. Trump o recebeu pessoalmente, o que não havia feito com os líderes europeus que chegaram antes.
Na tumultuada visita anterior, em 28 de fevereiro, Trump ironizou quando viu Zelenski emergir do veículo que o trouxe usando sua tradicional vestimenta militarista, algo que adotou desde o começo da guerra para criar um senso de unidade com as Forças Armadas em guerra.
“Olhem, ele veio todo arrumado!”, disse Trump a um algo constrangido Zelenski, que mal saberia o que lhe esperava no Salão Oval. Mas o tema da vestimenta do líder o acompanharia mesmo dentro do escritório do republicano.
O repórter Brian Glenn, do canal de direita Real America’s Voice, questionou, na abertura do encontro, quando ele iria usar um terno. “Quando a guerra acabar, talvez um melhor que o seu”, responde, sem achar graça, o ucraniano.
No início da conversa desta segunda, já dentro do Salão Oval, o mesmo Glenn se desculpou, brincou e disse que Zelenski “estava fabuloso” com o paletó. “Eu disse a mesma coisa para ele”, afirmou Trump, em tom descontraído. O ucraniano aproveitou: “Você [o repórter] está usando o mesmo terno”.
A adoção de roupas semelhantes a uniformes, mas não oficiais, é uma das marcas registradas de Zelenski. Ele alterou a moda em algumas ocasiões: no enterro do papa Francisco, em abril, encontrou-se com Trump usando a mesma roupa desta segunda.
Trump, que na sexta-feira (15) havia recebido Vladimir Putin com uma fanfarra militar no Alasca, com direito a tapete vermelho, caças enfileirados na pista e o sobrevoo de um bombardeiro de uso nuclear, fez algo mais simples nesta segunda.
Havia uma guarda de honra à frente da Casa Branca, mas os líderes europeus foram recebidos pela chefe do cerimonial presidencial, Monica Crowley, não pelo presidente.