Israel muda versão após vídeo de ataque a equipe médica – 06/04/2025 – Mundo

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Israel mudou sua versão inicial sobre o assassinato de ao menos 15 trabalhadores de emergência perto da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, após um vídeo mostrar ambulâncias sinalizadas e com luzes de emergência ligadas sendo alvejadas por tiros.

Inicialmente, o Exército disse que os soldados israelenses haviam aberto fogo contra veículos sem luzes ou sinalização e matado nove membros do Hamas e do Jihad Islâmico que estariam viajando em veículos do Crescente Vermelho Palestino, como é chamada a Cruz Vermelha em países islâmicos.

A versão de Israel mudou neste sábado (5), horas após o Crescente Vermelho Palestino tornar públicos vídeos recuperados do celular de um dos homens mortos. As imagens mostram trabalhadores de emergência em seus uniformes e ambulâncias com as luzes acesas sendo alvos de tiros.

Os 15 paramédicos e socorristas foram mortos na madrugada do dia 23 de março e enterrados em uma cova rasa, onde seus corpos foram encontrados uma semana depois por funcionários das ONU e do Crescente Vermelho Palestino. Um homem do grupo ainda está desaparecido.

A ONU afirmou, já na semana passada, que as informações disponíveis indicavam que uma equipe de emergência havia sido morta pelas forças israelenses antes que o mesmo acontecesse com outros socorristas que iam ao local procurar por seus colegas desaparecidos.

Um militar israelense disse a jornalistas no sábado à noite que os investigadores estão examinando o vídeo e que as conclusões devem ser apresentadas aos comandantes do Exército neste domingo (6). Ele disse ainda que o relatório inicial do campo não descrevia luzes, e que a ausência dessa informação está sob apuração.

Ainda segundo a nova versão de Tel Aviv, as tropas abriram fogo contra um veículo por volta das 4h, supostamente matando dois membros do Hamas e levando outro prisioneiro, que teria admitido sob interrogatório também ser do grupo terrorista.

Após um tempo, vários veículos passaram pela estrada, até que, por volta das 6h, as tropas receberam a informação de que um grupo suspeito de veículos estava se aproximando, segundo o militar. Nesse momento, continua, eles abrem fogo.

Segundo a imprensa israelense, o Exército disse que pelo menos seis dos 15 mortos são membros de grupos armados locais. Aos jornalistas, ele disse que os soldados se aproximaram do grupo que haviam atirado e identificaram pelo menos alguns deles como terroristas. No entanto, não explicou que evidências haviam levado a essa conclusão.

Além da gravação, o relato do único sobrevivente do ataque, o voluntário do Crescente Vermelho Munther Abed, também fragiliza a versão de Tel Aviv sobre o caso. Ele afirmou ao jornal britânico The Guardian que estava na primeira ambulância que chegou ao distrito de Hashashin, em Rafah, para atender a pessoas feridas por um ataque aéreo.

Embora o carro estivesse com as luzes ligadas, segundo Abed, militares israelenses abriram fogo, matando seus dois colegas que estavam sentados na frente do veículo —ele diz ter sobrevivido porque estava na parte de trás do carro e se abaixou. O profissional afirma ainda ter sido vítima de espancamentos e ameaças de morte antes de ver outros colegas serem mortos à medida que chegavam ao local.

Um dos corpos foi recuperado quatro dias após o incidente, e o restante foi resgatado no domingo passado (30).

O militar israelense negou maus tratos e disse que as tropas informaram a ONU do incidente no mesmo dia. Inicialmente, continua, os corpos foram cobertos com redes de camuflagem até que pudessem ser recuperados. Em seguida, quando as Nações Unidas supostamente não foram ao local, os soldados os cobriram com areia para impedir que os animais chegassem até eles, disse o militar.

A ONU confirmou na semana passada que foi informada sobre a localização dos corpos, mas afirmou que o acesso à área foi negado por Israel por vários dias. Disse também que os corpos foram enterrados ao lado de seus veículos —ambulâncias identificadas, um caminhão de bombeiros e um carro da organização.

O militar israelense diz que os veículos foram empurrados para o lado para liberar a estrada, mas não explica por que os carros foram esmagados e enterrados.

Tanto a ONU quando o Crescente Vermelho Palestino exigiram uma investigação independente sobre a morte dos paramédicos.

Um funcionário do Crescente Vermelho, Assad al-Nassara, continua desaparecido, embora Abed, o único sobrevivente do ataque, tenha dito que o viu vivo sendo detido pelos militares no local onde ocorreram os assassinatos.

“Precisamos de justiça para as vítimas e precisamos garantir que todos os responsáveis sejam responsabilizados”, disse o porta-voz do Crescente Vermelho Palestino, Nebal Farsakh. “Sem isso, os crimes continuarão acontecendo.”



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